Darwin

"Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças" - Charles Darwin

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Wonderful World


Numa mensagem de esperança para o Ano Novo que se avizinha não podia deixar de trazer  e partilhar convosco este filme da BBCOne com imagens do mundo natural e voz de David Attenborough que encontrei no Facebook.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Ginkgo, Uma Árvore Jurássica

Porque é que há seres vivos que não se extinguem?

Ginkgo biloba
 Ginkgo biloba é uma planta, originária do Norte da China, que ornamenta alamedas e jardins em todo o mundo e também em Portugal. Trata-se de  uma árvore de grande porte, de folhas caducas com dois lóbulos que lhe conferem o epíteto específico. É muito resistente a insectos, fungos, vírus e bactérias, bem como ao ozono, à poluição causada pelo dióxido de enxofre, ao fogo e até mesmo à exposição radioactiva. Por esse motivo, uma árvore desta espécie pode viver mais de 1000 anos, tendo o espécimen mais antigo
conhecido cerca de 3500 anos.


Pensa-se que existam diversos motivos pelos quais um organismo sobrevive milhões de anos sem sofrer modificações - fóssil vivo. Uma das explicações é o simples facto desse organismo se encontrar muito bem adaptado à diversidade de condições do meio que habita. Já outros organismos não evoluem devido à continuidade mais ou menos estável das características do seu habitat. A sobrevivência de alguns fósseis “vivos” também pode dever-se ao facto destes habitarem ambientes isolados, onde não enfrentam a competição com outros organismos potencialmente melhor adaptados a esses ambientes.

Ginkgo biloba próximo da Escola E.B. 2,3 D. Pedro IV
A Ginkgo biloba é considerada um fóssil vivo por ser uma espécie relíquia que representa um grupo de plantas já extintas e que outrora foi abundante.

Podemos dizer que a Ginkgo biloba é uma árvore jurássica?
Bem… esta espécie é mais recente e ainda não tinha surgido no jurássico, mas o género Ginkgo é o mesmo, sob a forma de uma espécie distinta no Jurássico, a Ginkgo yimaensis. Portanto, podemos dizer que a Ginkgo é uma árvore jurássica, mas já não o podemos dizer da actual Ginkgo biloba.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

A Gruta Dos Cristais Gigantes



Há coisas que custam a crer e se não as virmos com os nossos próprios olhos ficamos sempre na dúvida se serão realmente verdade. Um bom exemplo disso são os cristais de gesso descobertos em Naica, a 300 metros de profundidade, no Deserto de Chihuahuan, México... O maior dos cristais chega a 11 metros de comprimento, e pesa até 55 toneladas!

Para ver filme e saber mais sobre A Gruta dos Cristais Gigantes consultar aqui.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Feira Internacional de Minerais, Gemas e Fósseis de Lisboa

A Feira Internacional de Minerais Gemas e Fósseis de Lisboa, cumpre este ano a sua 25ª edição, e constitui, anualmente, um ponto alto da divulgação científica em Lisboa.
Este ano o tema central são os metais preciosos, de que a prata é um bom exemplo.
Este certame, que também integra as componentes cultural, científica e pedagógica, reúne coleccionadores e comerciantes de minerais, gemas e fósseis, oriundos de diversos países da Europa, bem como um vasto público que tem aqui oportunidade de comprar, vender ou trocar exemplares do seu interesse. No âmbito desta Feira, terão lugar, como vem sendo hábito, um conjunto de actividades complementares de carácter pedagógico e de divulgação científica destinadas a jovens e adultos.

Para mais informações consultar http://www.mnhn.ul.pt/portal/page?_pageid=418,1442004&_dad=portal&_schema=PORTAL

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Mar sonoro, mar sem fundo mar sem fim

Todos nós recebemos aquelas mensagens de email reencaminhadas de amigos e para amigos com os mais diversos assuntos. Uma das últimas que chegou até mim, deu o mote para este post, trazia um filme espectácular e bem elucidativo do poder e acção do mar.


O espanto tomou conta de mim e deixou-me o espírito à solta, a divagar... e quando 'voltei' trouxe comigo uma notícia recentemente divulgada na comunicação social -  Onda de 30 metros surfada na Nazaré por Garret McNamara. Lembro-me de na ocasião se ter feito algum alarido à volta do assunto e de ouvir dizer que o canhão da Nazaré era o responsável por aquela onda gigante.

O Canhão da Nazaré é um acidente geomorfológico raro, o maior da Europa e um dos maiores do Mundo, que consiste numa falha na placa continental com cerca de 170 Km de comprimento e 5Km de profundidade, mesmo em frente à Praia do Norte, que canaliza a ondulação do Oceano Atlântico para esta praia, praticamente sem obstáculos.

Este fenómeno natural consiste numa conjugação perfeita de condições de direcção de ondulação, marés e ventos que proporcionam o empolamento das ondas, fazendo com que, na Praia do Norte, elas cheguem a ter alturas impressionantes. E desta vez, estava lá Garret MCNamara para as surfar.

Ler mais em: http://aeiou.visao.pt/nazare-as-maiores-ondas-da-europa=f582334#ixzz1ehzFqjKU

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Allosaurus: um dinossáurio, dois continentes?

A exposição "Allosaurus: um dinossáurio, dois continentes?", patente no Museu de História Natural até Maio de 2012, leva-nos numa viagem ao tempo do Allosaurus fragilis e partilha com o público um processo de investigação científica ainda em curso.

Uma equipa do Museu Nacional de História Natural escavou e estudou o primeiro Allosaurus fragilis encontrado fora dos Estados Unidos. O Prof. Fernando Barriga e a Profª Liliana Póvoas contam-nos, num curto filme, como tudo se passou. A descoberta teve lugar em Andrés, Santiago de Litém, Pombal, e como acontece muitas vezes na descoberta de fósseis de grandes animais, o achado foi acidental e da responsabilidade de um cidadão local.
Até então este género de dinossáurio apenas era conhecido na América do Norte. A confirmação da presença de Allosaurus fragilis em Portugal constitui um achado surpreendente, mas ainda assim facilmente explicável. No final do Jurássico as terras emersas do Norte da América e da Península Ibérica estavam muito próximas e o Oceano Atlântico não tinha a configuração nem a dimensão que hoje lhe conhecemos, possibilitando assim a livre circulação daqueles e de outros animais.

O Museu Nacional de História Natural e da Ciência está, também, a organizar um Ciclo de Palestras que irá decorrer entre os dias 9 e 30 de Novembro no auditório Aurélio Quintanilha, nas instalações da antiga Faculdade de Ciências na Rua da Escola Politécnica, em Lisboa. Neste âmbito vamos poder assistir a várias apresentações de paleontólogos e investigadores portugueses tendo como moderadores os Professores Fernado Barriga e Galopim de Carvalho.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Curiosidade... Kimberley Big Hole

O Big Hole é o maior buraco do mundo feito pelo Homem.
Entre 1866 e 1914, em busca de diamantes, cinquenta mil mineiros escavaram este buraco com 463m de largura e 240m de profundidade próximo de Kimberley, na África do Sul. Quando terminou a exploração a cavidade foi cheia com entulho e entretanto preenchida pela água das chuva.

Kimberley Big Hole, África do Sul


quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Sabor da Despedida

Portugal prepara-se para perder o último troço de vida selvagem.
Depois de milhões de anos a traçar o percurso até ao Douro, o rio Sabor, em Trás-os-Montes, fica refém da estratégia energética do pais. A construção da Barragem do Baixo Sabor (em alternativa ao Baixo Côa) vai inundar milhares de espécies, muitas delas protegidas. A albufeira vai atingir quatro municípios e guardar água suficiente para encher mais de 600 estádios de futebol. Em 2013 nada será como antes e os 40 kms da albufeira a ser criada, e amparada por um muro com mais de 120 metros, apagará as memórias de uma região ligada à terra que a sustentou durante muitas décadas. Há espécies endémicas que não poderão ser recuperadas e tudo aponta para que o espelho de água que aí vem não possa ter aproveitamento turístico. A nível energético passa a ser possível retirar água do Rio Douro e guardá-la a montante no Sabor para ser usada sempre que a pressão na rede eléctrica o justificar. O rio vai muitas vezes correr ao contrario, mas à mercê do que a EDP entende ser um armazenamento estratégico de água.

Durante mais de um ano todos os passos deste processo foram registados e podem agora ser aqui reproduzidos.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Cronopio dentiacutus e a "Idade do Gelo"

Os estúdios FOX e Blue Sky preparam-se para trazer para o grande ecrã mais um capítulo da série de animação com data de estreia prevista para o Verão de 2012 - «Ice Age 4: Continental Drift». Desta vez a Deriva Continental  vai estar na ordem do dia.



Já agora...
Foi recentemente encontrado um fóssil de mamífero parecido com o esquilo da “Idade do Gelo".
O ar de esquilo, corpo peludo, o focinho estreito e comprido, os caninos anormalmente grandes, os olhos pequenos e por momentos, o Cronopio dentiacutus podia ser confundido com o personagem Scrat do filme da "Idade do Gelo", o esquilo histérico que está sempre à procura da bolota. Este mamífero, cujos fósseis foram descobertos na Argentina, não tinha como companhia mamutes ou tigres-dentes-de-sabre, mas sim dinossaurios. A sua descrição foi publicada esta semana na revista Nature e o achado parece ser de extrema importância uma vez que vem fornecer informações sobre a biologia dos primeiros mamíferos a habitar a Terra.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Cogumelos na Matinha de Queluz


Foto tirada na Matinha de Queluz 2010
Caem as primeiras chuvas de Outono e eis que eles surgem… os cogumelos. Companheiros de fadas e bruxas, ingredientes de poções fantásticas, mezinhas terríveis e pratos deliciosos.
A Matinha de Queluz, uma pequena tapada anexa ao palácio de Queluz, preserva ainda uma estimável biodiversidade, onde se destacam os sobreiros não descortiçados, com alguns exemplares de porte considerável e claro... muitos cogumelos. 

O Outono e Primavera são os períodos por excelência para observação de macrofungos, mesmo se dependendo das condições  podem ser observados durante todo o ano.
A designação - macrofungos - que muitos desconhecem, refere-se aos cogumelos, a parte mais vísivel de estruturas reprodutoras dos fungos. É esse pé encimado por um chapéu que melhor conhecemos. Uma estrutura que tem por função a produção e dispersão de esporos, cumprindo entre os macrofungos o papel que as sementes têm nas plantas.  

Foto tirada na Matinha de Queluz 2010

Por entre os caminhos da Matinha, usufruimos de uma caminhada a um ritmo lento e relaxante onde, em simultâneo, numa iniciativa promovida pela Ciência Viva os alunos do 7ºE (2009/10) recolheram dados para o desenvolvimento do Projecto Um Bosque Perto de Si .

Por entre a biodiversidade também podemos agora observar muitos deste organismos.

Foto tirada na Matinha de Queluz 2010

Além da beleza e mistério que os cogumelos emanam, eles são essenciais numa vasta cadeia que se chama Vida. A fotografia pode ser uma forma de os conhecer melhor e de dividires com outros as tuas descobertas e, através das imagens recolhidas contribuires para um maior conhecimento deste património micológico.

Foto tirada na Matinha de Queluz 2010
De formas e cores variadas brotam debaixo da terra em número considerável alindando as nossas florestas.
Para perceber o seu papel no ecossistema ler mais em Cogumelos em Portugal.

(Fonte: http://www.tapadademafra.pt/index.php/noticias/geral/127-cogumelos-veja-os-antes-que-morram.html)

domingo, 30 de outubro de 2011

Morcegos - Conhecer Para Proteger

Dia 31 de Outubro. Não há dia melhor para falar de morcegos, hoje comemora-se  o Halloween ou Dia das Bruxas.

Os morcegos são animais extraordinários e, ainda que muitas vezes incompreendidos, são parte fundamental dos nossos ecossistemas. Sendo inofensivos, são muito úteis, destroem grandes quantidades de insectos, combatendo pragas agrícolas e florestais e vectores de doenças.

Em Portugal, existem 27 espécies, todas protegidas e muitas delas ameaçadas de extinção.
  • A destruição ou perturbação dos vários tipos de abrigos é um dos factores responsáveis pela diminuição das populações de morcegos.
  • O abate de árvores velhas restringe os abrigos disponíveis para as espécies arborícolas.
  • As espécies cavernícolas são as mais afectadas, devido à grande concentração dos indivíduos num número reduzido de abrigos. É por esta razão que a maior parte das espécies cavernícolas está em perigo.
  • Em edifícios, nem sempre são bem recebidos, são mortos ou obrigados a abandonar os seus abrigos.
  • São também afectados por alterações dos habitats e aplicação de pesticidas. 
Porque para conservar é necessário conhecer, vê o que se tem feito em Portugal na área da investigação científica e da conservação deste grupo da fauna.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Tubarão Azul faz de Português um dos Fotógrafos do Ano

A fotografia do tubarão azul (Prionace glauca) ao largo dos Açores deu ao fotógrafo português Nuno Sá uma menção honrosa na edição de 2011 do prestigiado prémio de fotografia da vida selvagem, com a imagem “Racing blue” na categoria «The Underwater World».
Foto premiada - categoria de Imagem Subaquática.
Esta fotografia estará no Museu de História Natural e da Ciência em Lisboa de 29 de Setembro a 30 de Dezembro de 2011
(Fonte: http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=51593&op=all)
  
Julga-se que o tubarão azul é ainda abundante, apesar de se suspeitar que a sua população se encontra em declínio rápido devido à captura anual de cerca de 20 milhões de exemplares.
Esta espécie de tubarão é das mais comercializadas, especialmente as suas barbatanas. E segundo relatórios da WWF (World Wildlife Fund), é também uma das espécies mais frequentemente capturadas como "bycatch" tanto na pesca de atum como de espadarte, camarão e lulas. O “bycatch” ao provocar o aumento desnecessário da mortalidade de espécies com estas características, afecta a biodiversidade existente nos nossos oceanos, removendo grandes predadores e presas até níveis considerados insustentáveis.

A exposição relativa ao prémio da edição anterior intitulada Veolia Água Fotógrafos da Natureza 2010, encontra-se actualmente em exibição no Museu de História Natural e da Ciência, Universidade de Lisboa. Até 30 de Dezembro, os visitantes podem apreciar as melhores imagens da vida selvagem deste prémio internacional, um dos mais conceituados na área da fotografia da natureza.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

O Que é um Paleontólogo?

O que é um paleontólogo?

Um paleontólogo é um cientista com formação superior em Geologia (ou em Biologia, ainda que esta seja menos frequente) que estuda os fósseis para investigar como eram os organismos e os ecossistemas do passado da Terra.

Os paleontólogos são cientistas com um gosto muito especial pela Geologia e pela Biologia (pelas Ciências da Natureza em geral), uma vez que, para investigar a Vida do passado da Terra e estudar os seus fósseis, é necessário conhecer bem a geologia dos locais onde estes ocorrem e a biologia dos organismos que lhes deram origem.

Os paleontólogos são os cientistas que estudam paleontologia.


Luís Azevedo Rodrigues, paleontólogo português
(Fonte: http://abrupto.blogspot.com/2006/09/retratos-do-trabalho-na-patagnia.html)

Só é paleontólogo quem quer ser paleontólogo. E querer é poder! Esta não é uma profissão a que se vá parar por acaso, por engano...

Não há muitos paleontólogos em Portugal. Mas há cada vez mais! E nunca é demais sublinhar que, para os bons alunos e os bons profissionais, é sempre possível encontrar uma saída profissional do seu agrado.

Pergunta ao paleontólogo! Ainda tens dúvidas sobre a Paleontologia e a profissão de paleontólogo? Pois bem, então envia as tuas questões ao Professor Carlos Marques (clica aqui) e ele tentará esclarecê-las.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Choveu e o Nosso Charco já tem Água

No início foi assim ...

... à espera da chuva



Choveu! Água já temos!
Quando será que aparecem os primeiros animais? E as plantas?

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Sabe o que Fazer Antes, Durante e Depois de Ocorrer um Sismo?

Na sequência do sismo ocorrido este fim-de-semana em Van (Turquia) a televisão mostrou as habituais imagens de edifícios e veículos destruídos e pessoas em pânico a correr pelas ruas.

Uma vez mais me interroguei. E se fosse em Portugal?

A Turquia tem um longo historial de terramotos fortes. Trata- se de um país especialmente suscetível a abalos por causa da localização entre placas tectónicas.
A superfície da Terra é formada por uma camada rochosa a que se chama crosta terrestre ou litosfera. Esta crosta não é lisa mas sim irregular e dividida em porções - as placas tectónicas. Estas placas não são fixas, deslizam muito lentamente sobre o magma (rocha fundida a altas temperaturas sob a crosta terrestre).
As placas tectónicas estão em constante movimento, exercendo pressão umas nas outras. Umas chocam entre si, outras afastam-se e outras até se sobrepõem. São estes movimentos que provocam uma grande acumulação de energia e geram os sismos. A maioria deles acontece no choque entre as placas ou na sua sobreposição (movimento mais grave e que originou os últimos grandes sismos na indonésia, por exemplo).



Distribuição dos sismos registados no último século
Portugal encontra-se perto da fronteira entre duas placas tectónicas, a Africana e a Euroasiática. Pela análise dos estudos sobre sismicidade histórica observa-se que vários sismos tiveram origem nesta fronteira de placas afectando de um modo importante o território continental.  Só que a sismicidade em Portugal é caracterizada por longos períodos de acalmia e assim os seus efeitos facilmente se perdem na memória da sociedade. Creio que a população portuguesa, excluindo-se talvez a açoreana, não tem uma percepção adequada do risco sísmico do país.
Os sismos podem ocorrer a todo o momento e sem qualquer aviso.

E mais uma vez me interroguei. E se fosse em Portugal?

Reduzir os perigos e saber como agir pode marcar uma grande diferença.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Investigadores Fotografam Planeta em Formação

Jovem planeta denomina-se LkCA 15 b
Uma equipa de astrónomos da Universidade do Havai captou a primeira fotografia de um planeta durante a sua formação. Denominado LkCA 15 b, o planeta está rodeado de pó e gás perto da sua estrela.

Os investigadores defendem que se trata do planeta mais jovem encontrado até agora e continuam as suas observações que poderão fornecer mais dados sobre a formação destes astros. (Fonte: Ciência Hoje in http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=51512&op=all)

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Desafio do Mês...

Coruja-do-mato (Strix aluco) da Ambifalco - Falcoaria da Tapada de Mafra - ainda não tem nome!

Coruja-do-mato (Strix aluco) 

Deixa a tua sugestão na página do facebook, ou envia por e-mail para desafio@ambifalco.pt

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Sabias Que ...

... Dia 4 de Outubro comemorou-se o Dia Mundial do Animal.
A data foi escolhida em 1931 durante uma convenção de ecologistas em Florença. A escolha teve em conta o facto do dia 4 de Outubro ser o dia de São Francisco de Assis, o santo padroeiro dos animais.
O Dia Mundial do Animal é celebrado em várias países, através de vários eventos e iniciativas.

Os principais objetivos da celebração do Dia Mundial do Animal são:
  • Sensibilizar a população para a necessidade de proteger os animais e a preservação de todas as espécies;
  • Mostrar a importância dos animais na vida das pessoas;
  • Celebrar a vida animal em todas as suas vertentes.
(Fonte: http://www.calendarr.com/portugal/feriados-2011/)

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Geologia


Segundo o dicionário online de português, geologia é a ciência que tem por objecto o estudo da crosta terrestre. Além do estudo dos fósseis faz a descrição dos materiais que constituem o globo terrestre e o estudo das transformações actuais e passadas que se processaram na Terra.
A geologia compreende diversos ramos: a petrografia ou litologia (estudo das rochas), a paleontologia (estudo dos fósseis), a geologia dinâmica (estudo dos fenómenos que modificam a crosta terrestre), a estratigrafia (geologia histórica), a sismologia (estudo dos sismos), a vulcanologia (estudo dos vulcões), entre outros.

Mina de sal-gema em Faro
(Fonte: http://3.bp.blogspot.com/ )

Em Portugal a geologia está condicionada pelo preconceito de que é a disciplina dos “calhaus”... mas, todos os alunos da nossa escola sabem que não é assim! No 7º/8º ano estudam e percebem como as rochas evoluem e se transformam continuamente umas nas outras e que a aprendizagem do enquadramento geológico de cada região é uma fonte inesgotável de conhecimento  e com inúmeras aplicações  no desenvolvimento do país.

Avisa Qu'é Golfinho

O golfinho-comum é a espécie mais encontrada na nossa costa, seguido do golfinho-roaz, do golfinho-riscado e da baleia-anã. O golfinho-comum pode ser encontrado desde a zona do Cabo Espichel até à entrada do Estuário do Sado em grupos de 25 a 50 indivíduos.



Golfinho com as suas crias no estuário do Sado
(Fonte: http://osverdesemsetubal.blogspot.com/2010/12/nova-cria-de-golfinho-avistada-no.html)

Se avistar um golfinho, se conseguir fotografá-lo, tirar a posição geográfica do animal ou até reconhecer a que espécie pertence, pode transmitir essa informação à Escola de Mar por telefone (21 750 0483/ 96 655 2928) ou email (escolademar@gmail.com).

Este pedido parte da Escola de Mar e, segundo palavras da bióloga Cristina Brito, "o contributo que as pessoas dão ajuda a acumular dados de investigação que depois levam a políticas de conservação e à protecção dos animais".

O Buraco do Árctico

De buraco em buraco aí temos mais um.
O ozono, esse gás que se formou há milhões de anos, a partir do oxigénio produzido pela actividade de pequenas algas existentes nos mares e subiu até se concentrar na alta atmosfera, está cada vez mais a ser destruído em resultado da poluição provocada pelo homem.
Mas quando se trata da camada de ozono o que está em causa é a nossa vida e a sobrevivência das espécies que povoam a superfície do planeta. Para onde caminhamos?


Aqui fica a notícia.
O segundo Buraco de Ozono
Este ano, a camada de ozono sobre o Árctico ficou tão rarefeita que, pela primeira vez, se pode considerar um novo buraco, a juntar ao da Antárctida. Na faixa dos 20 Km de altitude, a perda do gás chegou aos 80%, garante um estudo publicado na revista Nature. Os culpados foram os ventos de alta altitude, que baixaram as temperaturas na estratosfera, durante vários meses. A camada de ozono protege a superfície da Terra de raios ultravioleta – e, ao contrário do buraco da Antárctida, que não tem uma população residente, o do Árctico deixa muita gente vulnerável.
In Revista Visão, Outubro 2011
Podes ficar a saber mais em http://nautilus.fis.uc.pt/cec/ozono/

Lobo Ibérico - Conhecer para Proteger

Mark Rowlands, autor do livro "O Filósofo e o Lobo" visitou o Centro de Recuperação do Lobo Ibérico e a TVI fez a cobertura desta visita, dessa forma sensibilizam e informam as pessoas para a preservação de uma espécie em vias de extinção. 

Mais uma vez a falar de lobos!
Alguns dirão: já chega!
Compreendo... é um tema que ou se ama ou se detetesta e eu confesso, estou do lado dos primeiros.
Aos que preferem o outro lado desfio-os a que partam à descoberta desse animal e se deixem surpreender em 

http://www.tvi24.iol.pt/galeria_nova.html?mul_id=13286069

sábado, 15 de outubro de 2011

O Filósofo e o Lobo

Por falar em lobos...
Vem-me à memória um livro que li recentemente - "O Filósofo e o Lobo".

Recomendado pelo Plano Nacional de Leitura para os 7º, 8º e 9º anos de escolaridade, o Filósofo e o Lobo, de Mark Rowlands é a história real de uma relação entre um homem e um lobo.

No dia em que Mark compra o lobo Brenin, tem a sua primeira grande lição sobre esta espécie: os lobos não gostam de ficar sozinhos. Ao regressar a casa, encontra-a completamente destruída: dos forros do sofá, às tubagens do ar condicionado, nada restava inteiro.
Aí Mark faz um pacto com Brenin: nunca o abandonará. Começa assim a estranha amizade de um professor de filosofia e o seu imponente lobo. Iam juntos para todo o lado: os jogos de râguebi, as festas na universidade, e até às aulas - onde Brenin ocasionalmente uivava, ao ouvir dissertações chatas sobre temas filósoficos.


Dez anos de convivência que moldaram mais o filósofo do que o Lobo.
Um livro cheio de emoção e de ideias incomuns que aborda assuntos apelativos que vão sendo entremeados com uma história de cumplicidade e de amor real entre um ser humano e um animal.

Gostei muito de ler e aconselho vivamente este livro.
Há um aspecto, que penso ser interessante e dá mesmo que pensar. A noção de inteligência. Gostei da abordagem: Um lobo não mente, não trai a matilha, é altruísta em prol de quem gosta e até sabe o que é Amar. Porém o homem, tem uma inteligência que até lhe permite compreender o Universo e, no entanto, a mentira e a intrujice fê-lo desenvolver ainda mais a capacidade de inteligibilidade. Mas será que somos assim tão inteligentes?


F A I A

Faia, 10 Agosto 2010
FAIA ?! Pois, é mesmo ela!
A "nossa" afilhada cresceu e tornou-se na bela loba que podes ver na foto.
Que tal fazeres-lhe uma visita no CRLI?


O Centro de Recuperação do Lobo Ibérico (CRLI) localiza-se na Malveira, perto da Tapada de Mafra. Num "saltinho" pões-te lá e ainda aproveitas para desfrutar de um magnífico ambiente natural.
Actualmente existem onze cercados no Centro e os lobos podem ser avistados a partir de torres de observação situadas em pontos estratégicos, em condições únicas.
Por que esperas?!

Para saberes mais consulta o site  CRLI - CENTRO DE RECUPERAÇÃO DO LOBO IBÉRICO
             

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

O Mais Belo Hino de Amor à Natureza - Parte I

O Chefe Seattle, que viveu entre 1786 e 1866, era o líder das tribos Duwamish e Suquamish, que viviam no território do que hoje é o Estado de Washington, nos Estados Unidos da América.

Ele era um indígena, com certeza, o mais inteligente entre o seu povo, para lhe ter sido concedida a honra (naquele tempo os Homens ainda tinham honra) de dirigir os destinos das suas tribos.

Seattle não estudou na universidade dos homens, no entanto era daqueles que via para além do visível. Era um Homem que pensava com todos os seus sentidos e sentia com toda a sua razão.
Para ele, a ignorância do homem branco era incompreensível: por que exterminaria os búfalos? Por que domaria os cavalos selvagens? Por que encheria os locais recônditos das florestas com a respiração de tantos homens? Por que mancharia a paisagem exuberante das colinas com fios falantes? Onde estava o matagal? Onde estava a água?

Na verdade, a vida para um ser pensante é algo de muito sagrado, de muito autêntico, de muito natural; é algo que faz parte integrante da harmonia e do equilíbrio cósmico, mistérios apenas compreensíveis aos grandes espíritos.

O Chefe Seattle era um desses grandes espíritos. Um indígena cuja universidade foi a sua própria inteligência, a sua intuição de ser humano, a sua percepção de um mundo do qual ele era parte integrante, e tudo o que se fizesse de mal contra esse mundo, destruiria o próprio homem.

Naquela época, o governo americano, presidido por Franklin Pierce,   teve a intenção de comprar o território pertencente àquelas tribos.

Em 1854, o Chefe Seattle dirigiu-lhe, então, as palavras que aqui transcrevo, consideradas o mais belo hino de amor à Natureza, de uma lucidez rara, para quem se dizia apenas um selvagem que nada compreende. Porém, apenas um “selvagem” teria esta percepção da Vida.

 E porque a carta é de uma actualidade perturbadora, eis o seu conteúdo:

O grande chefe de Washington mandou dizer que desejava comprar a nossa terra, e assegurou-nos também da sua amizade e benevolência. Isto é gentil da sua parte, até porque sabemos que ele não precisa da nossa amizade.

Vamos, porém, pensar na sua oferta, pois se não o fizermos, o homem branco virá com armas e tomará a nossa terra. O grande chefe de Washington pode confiar no que o Chefe Seattle diz com a mesma certeza com que os nossos irmãos brancos podem confiar na alteração das estações do ano. A minha palavra é como as estrelas: não empalidecem.

Como podeis comprar ou vender o céu ou o calor da terra? Tal ideia é-nos estranha. Se não somos donos da pureza do ar ou da refulgência da água, como podeis então comprá-los? Cada quinhão desta terra é sagrado para o meu povo; cada folha radiosa de pinheiro, cada praia arenosa, cada véu de neblina na floresta escura, cada clareira e insecto a zumbir são sagrados nas tradições e na consciência do meu povo.
A seiva que circula nas árvores carrega consigo as recordações do pele-vermelha.

O homem branco esquece a sua terra natal, quando, depois de morrer, vagueia por entre as estrelas. Os nossos mortos nunca esquecem esta terra formosa, pois ela é a mãe do pele-vermelha. Somos parte da terra e ela é parte de nós.

As flores perfumadas são nossas irmãs; o cervo, o cavalo, a grande águia são nossos irmãos. Os cumes rochosos, os eflúvios da planície, o calor que emana do corpo de um mustang, e o homem, todos pertencem à mesma família.

Portanto, quando o grande chefe de Washington manda dizer que deseja comprar a nossa terra, ele exige muito de nós. O grande chefe manda dizer que irá reservar para nós um lugar onde possamos viver confortavelmente. Ele será nosso pai e nós seremos seus filhos. Portanto, vamos considerar a vossa oferta de comprar a nossa terra. Mas não vai ser fácil, porque esta terra é para nós sagrada.
Esta água cristalina que corre nos rios e regatos não é apenas água, mas também o sangue dos nossos ancestrais.

Se vos vendermos a terra, tereis de vos lembrar que ela é sagrada e tereis de ensinar aos vossos filhos que é sagrada e que cada reflexo espectral na água límpida dos lagos conta os feitos e as recordações da vida do meu povo. O rumorejar da água é a voz do pai do meu pai. Os rios são nossos irmãos, eles apagam a nossa sede. Os rios transportam as nossas canoas e alimentam os nossos filhos.

Se vos vendermos a nossa terra, tereis de vos lembrar e ensinar aos vossos filhos que os rios são irmãos nossos e vossos, e tereis de conceder aos rios o afecto que daríeis a um irmão.

(continua no post seguinte - O Mais Belo Hino de Amor à Natureza - Parte II)

O Mais Belo Hino de Amor à Natureza - Parte II

Aqui fica a segunda parte da carta do Chefe Índio Seattle em resposta ao presidente dos EUA relativamente à proposta de aquisição das terra onde vivia com a sua tribo.


Sabemos que o homem branco não compreende o nosso modo de viver. Para ele um quinhão de  terra é igual a outro, porque ele é um forasteiro que chega na calada da noite e tira da terra tudo o que necessita. A terra não é vossa irmã, mas sim vossa inimiga, e depois de a conquistar, partis, indiferentes, deixando para trás os túmulos dos vossos antepassados.

Arrebatais a terra das mãos dos vossos filhos e não vos importais. Esquecidas ficam as sepulturas dos vossos antepassados e o direito dos vossos filhos à herança. Vós tratais a vossa mãe (a terra) e o vosso irmão (o céu) como coisas que podem ser compradas, saqueadas, vendidas como ovelhas ou missangas resplandecentes. A vossa voracidade arruinará a terra, deixando para trás apenas um deserto.

Não sei. Os nossos costumes diferem dos vossos. A visão das vossas cidades causa tormento aos olhos do pele-vermelha. Mas talvez tal aconteça por ser o pele-vermelha um selvagem, que nada compreende.

Não há sequer um lugar calmo nas cidades do homem branco. Não há um lugar onde possa ouvir-se o desabrochar da folhagem na Primavera ou o vibrar das asas de um insecto. Mas talvez assim seja por eu ser um selvagem que nada compreende; o ruído parece apenas insultar os ouvidos. E que vida será a de um homem que não pode ouvir a voz solitária do curiango ou, à noite, a conversa dos sapos em volta de um pantanal? Sou um pele-
vermelha e nada compreendo. O índio prefere o suave murmúrio do vento a pairar sobre uma lagoa e o cheiro do próprio vento, purificado por uma chuva do meio-dia, ou rescendendo a pinheiro.

O ar é precioso para o pele-vermelha, porque todas as criaturas o partilham: os animais, as árvores, o homem.
O homem branco parece não compreender o ar que respira. Como um moribundo em prolongada agonia, ele é insensível ao ar fétido. Mas se vos vendermos a nossa terra, tereis de vos lembrar que o ar é precioso para nós, que o ar compartilha o seu espírito com toda a vida que ele sustenta. O vento que deu ao nosso bisavô o seu primeiro sopro de vida, também recebe o seu último suspiro. E se vos vendermos a nossa terra, devereis mantê-la reservada, feita santuário, como um lugar em que o próprio homem branco possa ir saborear o vento, cingido pela fragrância das flores campestres.

Desse modo, vamos, pois, considerar a vossa oferta para comprar a nossa terra. Se decidirmos aceitar, colocarei uma condição: o homem branco deverá tratar os animais desta terra como se fossem seus irmãos.

Sou um selvagem e desconheço que possa ser de outro jeito. Tenho visto milhares de búfalos apodrecendo na pradaria, abandonados pelo homem branco, que os abate a tiros disparados do comboio em movimento. Sou um selvagem e não compreendo como um fumegante cavalo de ferro possa ser mais importante do que o búfalo que
nós, os índios, matamos apenas para nos alimentarmos.

O que é o homem sem os animais? Se todos os animais acabassem, o homem morreria de uma grande solidão de espírito. Porque tudo quanto acontece aos animais, acontece ao homem. Tudo está relacionado entre si.

Deveis ensinar aos vossos filhos que o chão que pisamos são as cinzas dos nossos antepassados. Para que tenham respeito pelo país, contai aos vossos filhos que a riqueza da terra é a vida da nossa família. Ensinai aos vossos filhos o que temos ensinado aos nossos: que a terra é a nossa mãe. Tudo quanto fere a terra, fere os filhos da terra. Se os homens cospem no chão, cospem sobre eles próprios.

De uma coisa sabemos: a terra não pertence ao homem, é o homem que pertence à terra. Disso temos certeza. Todas as coisas estão interligadas, como o sangue que une uma família. Tudo está relacionado entre si. Tudo quanto agride a terra, agride os filhos da terra. Não foi o homem quem teceu a teia da vida: ele é meramente um fio dessa mesma teia. Tudo o que ele fizer à teia, a si próprio o fará.

Os nossos filhos viram os seus pais humilhados na derrota. Os nossos guerreiros sucumbem sob o peso da vergonha. E depois da derrota passam o tempo ociosamente, envenenando o corpo com alimentos adocicados e bebidas embriagantes. Não tem grande importância onde passaremos os nossos últimos dias, eles não serão muitos. Mais algumas horas, menos uns Invernos, e nenhum dos filhos das grandes tribos que viveram nesta
terra ou que têm vagueado em pequenos bandos pelos bosques, sobrará para chorar sobre os túmulos, um povo que um dia foi tão poderoso e cheio de confiança como o nosso.

Compreenderíamos, talvez, se conhecessemos os sonhos do homem branco; se soubessemos quais as esperanças que transmite aos seus filhos, nas longas noites de Inverno; quais as visões do futuro que oferece às suas mentes, para que possam formular desejos para o dia de amanhã. Somos, porém, selvagens. Os sonhos do homem branco são para nós um enigma, e por serem um enigma, temos de escolher o nosso próprio caminho. Se consentirmos, será para garantir as reservas que nos prometestes. Lá, talvez possamos viver os nossos últimos dias conforme os nossos desejos.

Depois que o último pele-vermelha tiver partido e a sua lembrança não passar da sombra de uma nuvem a pairar sobre as pradarias, a alma do meu povo continuará vivendo nestas florestas e praias, porque nós as amamos como um recém-nascido ama o bater do coração de sua mãe.

Se vos vendermos a nossa terra, amai-a como nós a amamos. Protegei-a como nós a protegemos. Nunca esqueçais de como era esta terra quando dela tomastes posse. E com toda a vossa força, o vosso poder e todo o vosso coração, conservai-a para os vossos filhos, e amai-a como Deus nos ama a todos. De uma coisa sabemos: o nosso Deus é o mesmo Deus, e esta terra é por Ele amada. Nem mesmo o homem branco pode evitar este nosso destino comum.

Nem o homem branco, cujo Deus com ele passeia e conversa como de amigo para amigo, pode evitar este destino comum. Poderíamos ser irmãos, apesar de tudo. Vamos ver. De uma coisa sabemos, e talvez o homem branco venha, um dia, a descobrir também: o nosso Deus é o mesmo Deus. Talvez julgueis, agora, que O podeis possuir do mesmo modo que desejais possuir a nossa terra. Mas não podeis. Ele é Deus da Humanidade inteira, e a Sua piedade é igual para com o pele-vermelha como para o homem branco. Esta terra é amada por Ele, e causar dano à terra  é desprezar o Seu criador. Os brancos vão também acabar; talvez mais cedo do que todas as outras raças. Continuais a poluir a vossa cama e haveis de morrer uma noite,sufocados pelos vossos próprios desejos.

Porém, ao perecerem, vós outros caminhais para a vossa destruição rodeados de glória, inspirados pela força de Deus que vos trouxe a esta terra e que, por algum especial desígnio, vos deu o domínio sobre ela e sobre o pele-vermelha. Esse desígnio é para nós um mistério, pois não entendemos por que exterminam os búfalos, domam os cavalos selvagens, enchem os locais recônditos das florestas com a respiração de
tantos homens, e mancham a paisagem exuberante das colinas com fios falantes. Onde está o matagal? Destruído. Onde está a água? A desaparecer.
Restará dizer adeus às andorinhas e aos animais da floresta.

Este é o fim da vida e o começo da luta pela sobrevivência.

***

A maioria do território das tribos do Chefe Seattle foi adquirida através da assinatura do Tratado de Point Elliot. Estes povos ficaram confinados à Reserva Indígena de Port Madison.